quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Até bilionário pega cadeia nos EUA. Condenação de 11 anos por crime financeiro.


Raj Rajaratnam saindo do tribunal
após ouvir a sentença

O investidor Raj Rajaratnam, pivô de um dos maiores escândalos de Wall Street nas últimas décadas, foi sentenciado nesta quinta-feira (13) a 11 anos de prisão, maior pena já imposta num caso de uso indevido de informação privilegiada, mas aquém do que a promotoria queria.
O gestor, nascido em Sri Lanka, que chegou a comandar um fundo de hedge de US$ 7 bilhões em Nova York, foi condenado em maio por organizar uma rede de informantes que lhe passava segredos empresariais, mas a pena só foi determinada nesta quinta.
A promotoria queria pelo menos 19,5 anos de prisão para ele, mas a pena acabou sendo apenas ligeiramente superior aos dez anos impostos recentemente a um ex-funcionário de Rajaratnam no fundo Galleon Group, agora desativado.


O juiz rejeitou uma pena mais dura sob o argumento de que Rajaratnam, de 54 anos, está sob "insuficiência renal iminente" devido à diabetes. Ele citou um relatório da defesa segundo o qual médicos recomendaram que ele faça diálise logo e iniciaram o processo para obter um transplante renal.
"A prisão cria uma forma mais intensa de punição para prisioneiros criticamente doentes", disse o juiz Richard Holwell, ressalvando, no entanto, que a doença não é um "cartão para se livrar da cadeia".
O juiz atendeu ao pedido de Rajaratnam para que a pena seja cumprida preferencialmente na penitenciária de Butner, na Carolina do Norte, onde o ex-investidor Bernard Madoff cumpre pena de prisão perpétua por ter organizado um esquema de pirâmide financeira. A prisão tem um hospital.
Acusações
Segundo os promotores, trata-se do maior caso de "inside trading" em fundos hedge da história dos EUA. A Promotoria afirma que ele lucrou até US$ 63,8 milhões ilegalmente entre 2003 e 2009, negociando ações com base em dicas passadas por informantes corporativos.
Entre as provas apresentadas pela acusação estão conversas telefônicas grampeadas entre Rajaratnam e executivos financeiros.
Ele teria obtido informações privilegiadas sobre os resultados financeiros de empresas como IBM, Google, Sun Microsystems e Intel. Um empregado da agência de classificação de risco Moody's, por exemplo, teria contado a Rajaratnam planos secretos de um fundo de private equity de comprar o grupo hoteleiro Hilton.
Nas acusações iniciais contra Rajaratnam, a Comissão de Valores Monetários americana declarou que ele "cultivava uma rede de altos executivos e informantes (...) para obter detalhes confidenciais sobre lucros (das empresas) e aquisições".
Já o advogado de defesa John Dowd alega que as conversas de Rajaratnam abordavam temas já conhecidos dos demais investidores - não seriam, assim, informações privilegiadas.
Com informações da BBC

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